terça-feira, 13 de dezembro de 2016

AS CONFISSÕES DE JOVELINA




















I
Eu “Confesso que Vivi”.
Esta máxima é de Neruda;
Eu tirei de um livro seu
Dela fiz a minha ajuda,
Para as minhas confissões
Como também confusões
E Deus meu que me acuda.
II
Eu me chamo Jovelina,
Sou norteriograndense;
Queimada do sol da praia
Sou purinha natalense;
Porque sou muito mulher
Pois eu digo o que quiser,
Reflita, medite e pense.
III
Meio século de existência
Hoje com essa idade,
Diria Dercy Gonçalves:
Toda língua é liberdade,
Pois tudo que quero eu digo
Sou dona do meu umbigo
Pra toda diversidade.
IV
Isso é democracia
E pra que serve então,
Ter direitos e deveres
Se não usa a expressão?
Afinal, eu não menstruo
Pois, então, eu me instruo,
Sei mais que muito machão.
 V
Das entranhas são três filhos,
Todos machos como o pai;
Sou uma supermulher
Não sinto sequer um ai;
Pois, confesso que vivi
Foi pra isso que nasci
E comigo racha ou vai.
VI
Eu tinha três namorados
Fugia pra encontrar;
Fora, no meio da rua
O rapaz a me esperar;
Sempre fui a mais danada,
Levei surra molestada
E nada de eu chorar.
VII
Eu apanhava demais,
Parecia uma demente;
E nunca me emendava
Mamãe estava descrente,
Por eu ser tão maluvida
Mas, era muito querida
Dela e de muita gente.

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